segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

That's a wrap for 2014

Talvez eu tenha tido sorte no fim das contas. Eu dou risada por me achar patética por esperar ter sorte usando uma calcinha verde no ano novo. Mas, como disse, talvez eu tenha tido sorte mesmo. Porque na realidade, a gente espera meio sem muita esperança, porque é tradição e queremos acreditar que funciona. A verdade é: não existe superstição que realize coisas que só pondo as mãos na massa você consegue fazer.

Em 2013 atirei no escuro e pensei ter me encontrado em Relações Públicas, no fim, vi que não era nada disso. Em janeiro de 2014 vi que nunca estive tão errada na minha vida. Tive sorte sim: segundas chances apareceram e me mostraram que nem tudo estava perdido. Por um lado, é realmente desanimador começar tudo do zero, mas por outro, é ótimo poder recomeçar. Em fevereiro quis acreditar que meu futuro estava em Marketing, e em março, tive certeza que esse não era o caminho que eu deveria seguir. Março e Abril foi o que eu tive de tempo para me conhecer, me descobrir e me decidir, porém, como de praxe, priorizei o ócio e depositei minhas esperanças no cursinho, que comecei em maio. Quando achei que não poderia me perder mais, reapareceu aquele leque de opções que deu um nó na minha cabeça. Em junho, tinha certeza que queria cursar Relações Internacionais, e, depois que prestei o vestibular e não passei, senti que aquilo não era pra ser, porque não era pra mim. Eu estava meio desolada com todo esse não-saber-pra-onde-ir e meio que desisti das aulas. Consigo contar quantas vezes fui nessas aulas que seguiram, mas me perderia se fosse pra contar quantas vezes desviei do caminho do cursinho e fiquei divagando pelas manhãs paulistanas. Nascida e criada em São Paulo, fiz de mim turista e não tive vergonha disso. Me afundei na cultura da cidade e acho que foi a coisa mais legal que fiz para me descobrir. Previsivelmente, meu primeiro destino foi a Avenida Paulista, que era pertinho de onde eu fazia aula. Não deixei de ir ao Itaú Cultura, Casa das Rosas e nem ao Conjunto Nacional e Livraria Cultura. Fui em mais exposições nesse ano do que em todos os meus vinte anos de vida. Foi tão bom. O peso que isso faz na bagagem da vida é um que definitivamente não me importo de carregar. Aos poucos perdi o medo e me via andando da Ana Rosa até a Liberdade, Sé, República, Anhangabaú. Acompanhei o que passava nos jornais sobre o MSTS pelos meus próprios olhos ao invés de acompanhar pela mídia. Cada pessoa tem sua história, e mesmo que não conhecemos todas elas, é bom fazer parte mesmo que seja através de um olhar, e ter a capacidade de entender que a complexidade dos problemas e histórias vão muito além da nossa compreensão. E talvez tudo isso seja meio difícil de digerir, mas a vida é como ela é, e as histórias são como são por um motivo. Passamos tanto tempo procurando por um propósito - eu mesma já perdi tanto tempo nisso - e hoje acredito que nosso propósito é o que fazemos da nossa vida e como escrevemos e contamos nossas histórias. Todas essas descobertas que fiz através de cabular aulas, coisa que não conto com orgulho, mas que absolutamente não me arrependo, me abriu os olhos e me mostrou como o mundo é grande. Drummond também me fez entender: sou muito menor. Mas faço parte, não é pelo meu tamanho que dito minha importância, é pelo que podemos representar e fazer, isso sim. Então, no fim das contas, acredito que sim, eu tive sorte. A calcinha verde na virada fazendo parte ou não. Cada coisa que eu li, aprendi e absorvi foi com certeza também expelida de volta para o universo. Nada disso é para sempre, e fazemos essa troca com o ambiente em que estamos inseridos para que tudo que vem permaneça pelo menos um pouco mais do que nós nesse mundo. Hoje, 24 de dezembro de 2014, só cheguei aqui, na segunda fase de uma das melhores universidades de São Paulo não é por acaso, e agora eu tenho certeza que meu coração pertence à comunicação e sempre pertenceu. Na verdade eu sempre soube e nunca coloquei muita fé. O que valeu foi o caminho que percorri e me trouxe até aqui, e o que vem depois de hoje: um novo caminho e novas descobertas.

Que em 2015 façamos mais descobertas sobre esse mundo grande e o ''eu'' que não precisa ser tão pequeno assim. À sorte, se é que ela existe, e se sim, que permaneça. Às segundas chances, porque sem elas talvez não estivéssemos aqui. Por fim, ao Universo, que nos permite estar inseridos nele por um tempo, e que esse tempo seja maravilhoso.

sábado, 26 de julho de 2014

Pausa das horas



Faz tanto tempo dês da ultima vez. Tanta coisa mudou... Parece que a vontade incansável que eu tinha de viver sumiu de repente, num piscar de olhos, numa fração de segundos, no breve movimento que o relógio faz ao mudar de hora. Crescer cansa, os anseios deixam de ser tão intensos e eu só quero que sejam realizados logo e até de forma rápida. Parece que o que vale agora é a série de coisas que a gente faz, e não a qualidade dessas coisas, o modo que as fazemos, desde que as façamos. Parece tudo tão predeterminado que se mudarmos o curso do movimento dessas coisas tudo foi em vão, vai por água abaixo. E eu estou parada nesse tempo, nesse espaço da vida o qual a gente acha que vai ser breve, pelo menos espera que seja breve, que é essa transição da vida adolescente para a vida adulta, aonde nos cercamos de dúvidas e buscamos pela mais simples resposta, que nos leva a caminhos mais complexos com o passar do tempo.

 Mas o tempo não passa...

 Diante dos meus olhos tenho um punho de areia na mão, não tem ampulheta, não há quem conte o passar das horas, e esse momento é tão precioso, porque sei que se soltar o pulso, tudo vai tão rápido, perco a linha de pensamento que me levaria a algum lugar e então persisto ao segurar meu punho.  Preciso que algo indique que estou no caminho certo, e quando eu finalmente souber então o tempo pode passar, que seja depressa ou até que se arraste como vem se arrastando, porque ainda não sei o ritmo que quero seguir essa dança, não sei como cheguei até aqui, e por mais lenta que seja a valsa, eu continuarei dançando...

terça-feira, 24 de junho de 2014

Antes que eu te esqueça

Antes que eu te esqueça
Continuo lembrando dos dias que se passaram
Você mexia no meu cabelo e me mandava músicas
Me escrevia poesias e me fazia rir

Antes que eu te esqueça
Queria que você me perdoasse
E gostasse de mim o suficiente
para me dar uma chance
Queria ter visto mais a cidade
enquanto segurava sua mão
E não só as luzes da Faria Lima
Naquela noite de setembro

Antes que eu te esqueça
Queria que você se amasse
O mesmo tanto que te amei
Ou mais
Que você seja seu e não só de alguém
E que isso te baste

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Right place right time


''The great moments of your life won’t necessarily be the things you do, they’ll also be the things that happen to you. Now I’m not saying you can’t take action to affect the outcome of your life; You have to take action – and you will. But never forget that on any day you can step out the front door and your whole life could change forever. You see, the universe has a plan, and that plan is always in motion. A butterfly flaps its wings and it starts to rain. It’s a scary thought, but it’s also kind of wonderful. All these little parts of the machine constantly working making sure that you end up where you’re supposed to be there.''

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Ease me

I'm running away
Shutting my eyes to this city lights
And I just don't want to stay
I love it in here, though
The city I was born, the city where I grew
and maybe intend to grow old
But the idea of going somewhere else, be somewhere new -
It hits me
And I just want to go
Don't ask me for reasons - probably something I haven't thought about yet
But the feeling of not going anywhere but here -
It hits me
Life, just don't leave me hangin', don't make me stay
Just let me go for a while
I'll be back soon
I'll be back
Somewhat wiser, happier
Heart on my sleeve
Carrying a smile

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Carnavais Atemporais

Eu, que hoje empurro tudo com a barriga
Não tenho nem mais os simples prazeres carnais,
A alegria dos carnavais, e mesmo assim
Sinto que tanto faz

Dá alguma saudade

Às vezes dá uma carência,
Saber de novo como é o toque de uma mão na minha,
Que me faça esquecer que sou sozinha

Talvez eu esteja mesmo por fora,
Não esteja vivendo como se deve
E percebi só agora

(Afinal, qual é a maneira correta de viver?)

Eu, nesse inverno, sinto frio
Não só o físico, mas também o vazio
Que afoga meu peito e parece não ter salvação

Eu, que antes fazia poesia
Era prosa
Fantasia
Que de tudo ria

Já agora não mais

O que será de mim daqui pra frente,
nos futuros carnavais?


domingo, 6 de janeiro de 2013

alguma coisa sem sentido que eventualmente faz sentido

Eu achava que tudo na minha vida estava ao contrário, mas eu percebi que as coisas estão exatamente como elas devem estar. E mesmo se não estivessem, eu não ia querer mudar porque estranhamente estou gostando dessa fase da minha vida. Toda virada de ano é uma falsa ilusão de que tudo vai mudar e tudo está sempre o mesmo, mas o que me assusta é que esse ano as coisas realmente vão mudar. Não no sentido de acontecer uma reviravolta que se esquece até o próprio nome e propósito nessa vida, mas as coisas estão caminhando em novas estradas e eu não sei o que esperar. Mas estou feliz por saber que vou começar alguma coisa do zero de novo, afinal, mais um ciclo se encerrou. Voltando ao propósito inicial do desabafo, que por sinal é algo que eu não fazia há tempos e nunca fiz aqui no blog, se minha vida estiver mesmo ao contrário e esse é o jeito que ela tem que estar, prefiro que permaneça ao contrário, porque não há chances de eu conseguir endireitá-la. Eu sou péssima em publicar desabafos que não sejam sobre meus sentimentos ridículos ou etc. Eu tô até um pouco ansiosa pra ver o que esse ''upside down'' na minha vida vai me trazer, mas sei lá. Eu queria mesmo era que as pessoas parassem de pensar tanto nas coisas menos importantes e realmente me escutassem e me entendessem, mas talvez eu esteja sendo egoísta. É difícil poder compartilhar até com minhas amigas mais próximas as coisas que me vem passando pela cabeça. Nem eu sei o que tenho pensado ultimamente. Acho que fizeram lobotomia em mim. Não tenho mais um cérebro inteiro, não é possível. Eu tô com um bloqueio fodido e não to conseguindo escrever coisas que me agradem, de repente me encontrei sendo mais soulful quando tinha 15 anos de idade do que agora, que tô mais velha, passei por mais coisas e adquiri alguns aprendizados. Talvez naquela época eu me arriscasse mais e de repente virei uma medrosa. Não sei da onde vem esse medo escroto que me faz pensar várias vezes antes de fazer alguma coisa, de falar. De repente eu criei uma capacidade de escutar músicas tristes e me sentir bem porque talvez esse medo todo tenha tornado músicas tristes um refúgio. Eu não queria estar passando pela fase deprê das músicas, mas algum dia, todos precisamos passar. Eu tô sentindo que isso aqui virou mais um blablabla nonsense do que um desabafo, mas eu preciso escrever esses pensamentos soltos senão eu fico cheia de coisas na cabeça e aí fica impossível de fazer qualquer coisa. Eu percebi que finalmente consegui me desprender de algumas coisas e pessoas, mesmo que mínimas, mesmo que ridículas, e isso tá me fazendo um bem incrível. É bom ver as coisas tomando um rumo mesmo que precisemos tomar umas surras da vida pra isso... E eu achava que já tinha entendido tudo aos 17, não podia imaginar que as coisas só estavam começando a ficar mais complicadas.