sábado, 26 de julho de 2014

Pausa das horas



Faz tanto tempo dês da ultima vez. Tanta coisa mudou... Parece que a vontade incansável que eu tinha de viver sumiu de repente, num piscar de olhos, numa fração de segundos, no breve movimento que o relógio faz ao mudar de hora. Crescer cansa, os anseios deixam de ser tão intensos e eu só quero que sejam realizados logo e até de forma rápida. Parece que o que vale agora é a série de coisas que a gente faz, e não a qualidade dessas coisas, o modo que as fazemos, desde que as façamos. Parece tudo tão predeterminado que se mudarmos o curso do movimento dessas coisas tudo foi em vão, vai por água abaixo. E eu estou parada nesse tempo, nesse espaço da vida o qual a gente acha que vai ser breve, pelo menos espera que seja breve, que é essa transição da vida adolescente para a vida adulta, aonde nos cercamos de dúvidas e buscamos pela mais simples resposta, que nos leva a caminhos mais complexos com o passar do tempo.

 Mas o tempo não passa...

 Diante dos meus olhos tenho um punho de areia na mão, não tem ampulheta, não há quem conte o passar das horas, e esse momento é tão precioso, porque sei que se soltar o pulso, tudo vai tão rápido, perco a linha de pensamento que me levaria a algum lugar e então persisto ao segurar meu punho.  Preciso que algo indique que estou no caminho certo, e quando eu finalmente souber então o tempo pode passar, que seja depressa ou até que se arraste como vem se arrastando, porque ainda não sei o ritmo que quero seguir essa dança, não sei como cheguei até aqui, e por mais lenta que seja a valsa, eu continuarei dançando...

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