quinta-feira, 22 de março de 2012

Um bar

O jeito que tu me olha, me irrita
O movimento metódico dos dedos levando o cigarro à boca
Tragando, soltando
O jeito que bebia sua cerveja e não bebia
Deixava seu copo ali, parado
O jeito que não se movia e como chutou meu pé duas vezes
Debaixo daquela mesa, naquele bar
Me irrita
O jeito que olha através das minhas roupas
Com certeza não em busca da alma
O jeito que tanto me irrita
O beijo que me roubou, ah! Esse me irritou
O sono que me tirou naquela noite
A roupa que me tirou naquela noite
A dignidade que me tomou naquela noite
O modo como tira meu sono só de lembrar
O jeito que dirige seu carro, como se o mundo fosse acabar
Infelizmente ou talvez felizmente
O mundo não acabou naquela noite
E nem naquela mesa de bar

quarta-feira, 21 de março de 2012

Arre!

Estou farto de semi-deuses, parafraseando Fernando Pessoa. E realmente estou farta. Basta.

sábado, 3 de março de 2012

Só choro porque não há o que possa ser feito
Choro porque estou vazia
E só tenho tanta lágrima
Que não há nada a se fazer se não deixá-las sair
Cair
Secar
Choro sim
Pois não há nada a se fazer a não ser chorar