quarta-feira, 28 de novembro de 2012

pseudo-nós

Às vezes a gente risada,
às vezes a gente escada
A gente é esconderijo, dá uns beijos escondido
Ninguém sabe e acham que a gente não tem nada
Até porque não temos mesmo
E o mais legal de te ter, é te ter em segredo
Apesar de tudo isso, a gente sempre é gargalhada,
despretensiosa, divertida, descompromissada
Ninguém desconfia, nem quando a gente tá perto de todo mundo
Quando a gente é cama, só nós, é outra coisa, e eu diria profundo
E quando nós agimos simplesmente como nós, não sendo nada,
Bons amigos - nada mais que isso, a gente sempre risada
De mãos dadas, gargalhadas, como quem não têm nada...

domingo, 28 de outubro de 2012

Bla-bla-bl

eu moro sozinha
com minha máquina de lavar e o piu-piu
e a água
e as coisas que vieram com o tempo
que o dinheiro me trouxe
que o trabalho me trouxe
o dinheiro que eu ganhei através do trabalho
porque eu tenho escola
eu tenho formação
minha mãe que quis
estudei, estudei, estudei
estudei, estudei, estudei
até me formar
até conseguir um emprego
que fizesse eu comprar um apartamento
que fizesse eu comprar coisas pra colocar dentro dele
que fizesse eu comprar roupas pra vestir meu pequeno corpo
que fizesse eu comprar o material necessário pra escrever tanta besteira
mas que não alimenta minha alma e não veste meu ser
que não me impede de escrever tanta besteira
e que na verdade, não me impede de nada

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Nota


Não sei o que vai ser. No momento é apenas frustrante. Encontro-me agoniada e sei lá mais o quê. Eu pensei que fosse ser forte quando chegasse aqui, mas não sou nem um terço do que pensei que seria. Estou lutando contra minhas vontades. É maluco, porque eu quero tanto, e eu não queria esconder essa vontade e nem esse sentimento, porque é tão puro e tão bonito, até para alguém como eu. Estranho. Acho que só vou deixar ser, mesmo sem saber bem o que é... Talvez seja o melhor.

Sincerely

You're the only person I would allow to shrunk down to a microscopic size and swim inside me in a tiny submersible machine. You're too good for me; you're too good for anyone.




segunda-feira, 13 de agosto de 2012

D

Minhas memórias do ano passado nesse lugar, são das minhas manhãs com você. Eu e você e mais algumas pessoas que eventualmente juntavam-se a nós. Nossas manhãs eram sempre cinzas, mas 'cê me tirava a monotonia com suas peculiaridades e seu jeito engraçado. Você teve que ir, até porque não tinha mais nada pra você por aqui. E eu fiquei, mas também, só por enquanto. Fizemos as típicas promessas de fim de ano, e algumas até conseguimos cumprir. Mas algo aconteceu: você conheceu alguém. Eu não sabia quem era, e até hoje acho que não sei. Não sei mais quem você é, inclusive. Soube exatamente quando estava te perdendo, e fiz o possível e o impossível pra isso não acontecer... Quem disse que adiantou? Por mais que eu não quisesse, desisti de tentar, pois cansei de não conseguir. Fui fraca, e ainda sou. Sinto sua falta. Você não era meu namorado e não tínhamos laços sanguíneos. Você sempre foi meu lado racional e que vai contra o convencional. Minhas manhãs nunca mais foram as mesmas... Você foi a referência afetiva mais sincera que eu pude sentir em forma concreta. E hoje você é um desconhecido? Talvez. Preferia que não fosse, mas agora a escolha não é mais minha.

Sempre que (não) precisar,

Isabela

domingo, 8 de julho de 2012

Enferrujei

Estou limitada. Locomotiva parada, sem novas estações, trilhos enferrujados, não saio do lugar. Eu gosto de escrever, mas parece que acabaram os tópicos sobre os quais sei falar tão bem. Looping. Saio do lugar e mesmo sem querer, volto pra ele. Merda. Não que eu tenha pressa, mas é essa angústia de não saber fazer o que eu mais gosto. Não que eu vá morrer por isso, pois um escritor depende da sua criatividade, e isso não surge com pressão. Aguardo o tempo que for, a novidade que está por vir, ou qualquer coisa que venha para poder escrever sobre. Mas nada é garantido, afinal, tudo é tão incerto...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sete e um quarto

Não sei por onde começar.
-
Quando eu estava no segundo ano do ensino médio, a professora de redação sugeriu que escrevessemos um texto com o que viesse em mente, e caso nada surgisse, que escrevessemos ''branco'' no papel. Eu escrevi algo embaralhado, sobre estorvo, jornalismo, dor nos calcanhares e band-aids e algumas vezes a palavra ''branco''. Foi a primeira produção de texto do ano, e todas essas palavras vieram de memórias recentes das férias de janeiro. Engraçado como a mente flui. Embora não lembre qual tenha sido a primeira produção de texto desse ano, venho escrevendo involuntariamente milhares de linhas na minha cabeça que acabo nunca colocando no papel. Parece bobagem... E por fim não é bobagem coisa alguma. A questão é que, mesmo depois de tanto tempo, ainda lembro de quando escrevi sobre o estorvo e etc. Ainda penso nas coisas que escrevi naquele dia, embora tanto tempo depois, parece que com mais intensidade. Não sei se foi pelo motivo de ter ficado mais velha. Não sei se cresci, se estou diferente fisicamente, se tenho mais maturidade do que naquele dia. Não sei mais de nada... Mas ainda tenho as cicatrizes nos meus calcanhares, e isso eu sei que sempre vou ter. E eu sempre serei piegas, não importa. Agora não sei por onde terminar... Que seja.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Ampulheta

Hoje prometi pra mim que seria diferente. Que agiria de outra forma, tomaria decisões importantes. Não aconteceu. Tenho essa mania tola de achar que as coisas mudam de uma hora pra outra, que uma situação vai ser diferente sem eu fazer nada. E nada nunca muda repentinamente. Abri os olhos e tive a mesma vista da manhã, apesar da neblina, foi a mesma de todos os dias. Dei continuidade aos mesmos hábitos que, em conjunto, são parte da mesma rotina de anos. Vi as mesmas pessoas, observei a calçada do mesmo trajeto de sempre. Até exagero ao dizer que nada mudou desde que acordei. Se mudou? Mudou a cor do céu, mudaram as horas... Alguns pensamentos não ousaram em mudar, mas ao menos se revezaram entre si. Mas, realmente  mudou? Não. E nem vai mudar tão cedo.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

17

Ultimamente venho arrancando palavras da cabeça. Da boca. Em vão, pois nada sai. Aprendo palavras e quero pô-las em prática. Não é fácil. Quero situações, fatos que me forcem a usá-las, sem nenhum porque. Apenas quero. Escrever não é fácil. Preciso de mais do que a utopia e palavras bonitas que ninguém sabe sem pensar. Preciso de mais do que apenas inspiração. Preciso de vivência, de aprendizado, de conhecimento, de saber o que é passar sobre o que escrevo. Cansei das minhas poesias. Lamentos cheios de acontecimentos inúteis que farão diferença alguma no futuro. Estou em busca da construção do meu personagem, na perfeição do mesmo, do profundo conhecimento dele nessa novela tosca que é a vida. Estou hoje leviana. De coração, de cabeça, de corpo. Quem me dera encarar meus anseios com a mesma intensidade e vontade que tenho de atingí-los. A face do meu seio parece cortada e não aparenta cicatrização rápida. Corte fundo. Perdi essência... Sei lá quem sou! Minha mente não responde meu corpo e vice-versa. Acho equivocado esse lirismo tão jovem, mas a vida exigiu que meu eu desconhecido o fizesse.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sou

Se sou o que hoje sou
Foi porque muito tempo me custou
Para pensar tudo que pensei e ainda penso
Para criar a linha de pensamento intenso
Tornei-me o que já sabia que era e sei que serei
E não houve um dia em minha terra que não fui rei
Rainha, que seja!
Sei o que sou mesmo que ninguém veja.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Imã

Não éramos nada, não somos nada e talvez nunca seremos. Foi um golpe do acaso conhecer-te. Mas não estávamos realmente destinados a isso, foi como um campo imantado, onde não estamos prontos para a atração, a repulsa parece mais forte pois temos cargas elétricas opostas. A convivência proporciona descobertas e coisas em comum que eventualmente mudam as cargas de lado para que possam se atrair. Não sei se você me atrai. Mas mudou meu ponto de vista em relação ao que eu pensava que você era depois 'daquilo' e antes 'disso' tudo. O que você parece querer transmitir é que está sendo atraído para campos do passado, os quais, creio eu nunca ter de fato rompido os laços. Aconteceu por que teria de acontecer. Foi um fim inacabado. Porém, tudo isso é questão de ponto de vista, e ao meu ver, essa história está muito destorcida. Não importa, a questão não é mais o teu passado, e sim o que pode vir a ser agora que penso poder te conhecer tão bem no futuro. Na incerteza incerta e desconhecida do futuro.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Prosa

Gostei de você de primeira
Mas, de segunda, gostei mesmo
Foi do teu amigo.
Agora não sei se gosto da situação
Eu e vocês
Nós
 E o nosso casal de amigos:
Bela suruba;

 Só que não.

 O jeito é ficar sem nenhum.

domingo, 1 de abril de 2012

Procuro nos olhos uma verdade irreal, uma certeza incerta, um vestígio dos tempo bons. Mas não há mais tempo bom algum. Não há mais uma memória sequer. O último cigarro que fumamos perdeu o gosto meses atrás e um gosto amargo de abandono substituiu-o. Você arrancou tudo da minha cabeça, jogou no lixo como se houvesse significado algum. Eu lhe digo: ame, ame muito. Mas eu te peço pra não me abandonar... O que vai ser dessa vida sem você? Ame, ame quem quer que seja. Ame aos outros da mesma forma que eu lhe amo. Mas, me ame de volta. Não me abandone mais. Volta, fica. Nunca mais se vá. E vê se pára de partir... Estou cheia de despedidas.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Um bar

O jeito que tu me olha, me irrita
O movimento metódico dos dedos levando o cigarro à boca
Tragando, soltando
O jeito que bebia sua cerveja e não bebia
Deixava seu copo ali, parado
O jeito que não se movia e como chutou meu pé duas vezes
Debaixo daquela mesa, naquele bar
Me irrita
O jeito que olha através das minhas roupas
Com certeza não em busca da alma
O jeito que tanto me irrita
O beijo que me roubou, ah! Esse me irritou
O sono que me tirou naquela noite
A roupa que me tirou naquela noite
A dignidade que me tomou naquela noite
O modo como tira meu sono só de lembrar
O jeito que dirige seu carro, como se o mundo fosse acabar
Infelizmente ou talvez felizmente
O mundo não acabou naquela noite
E nem naquela mesa de bar

quarta-feira, 21 de março de 2012

Arre!

Estou farto de semi-deuses, parafraseando Fernando Pessoa. E realmente estou farta. Basta.

sábado, 3 de março de 2012

Só choro porque não há o que possa ser feito
Choro porque estou vazia
E só tenho tanta lágrima
Que não há nada a se fazer se não deixá-las sair
Cair
Secar
Choro sim
Pois não há nada a se fazer a não ser chorar

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sem querer saiu

De tanto amar
Transbordei
As bordas escorriam
Não pude deixar de perceber
Que de tanto amor só sobrou dor
E rugas
Cansei de me preocupar

sábado, 4 de fevereiro de 2012

18:01

Sou um disco velho e riscado. Toco só as minhas favoritas, que são todas. Todas que me lembram você, e não são poucas. E você é como filme de máquina velha e quebrada... Que insiste em vagar minha mente com algumas fotos parecidas. Você nunca queria tirar fotos suas. Sempre minhas e das flores, que sempre sorriam e posavam sob a luz forte do sol. Fez de nós tuas musas e...................................................................................................................................................................... Cadê você? Estive te esperando debaixo da árvore mais bonita do parque durante alguns meses e você não aparece nunca. As flores me cumprimentaram na primavera e agora inclusive já se despediram, e nada de você aparecer. Só te espero pois sei que um dia você vem, não é nada típico seu sair sem dar tchau. Conheço suas manias... Aliás, vou aproveitar pra me desculpar pelas algumas vezes que dormi sem lhe dar um beijo de boa noite. Sei que dormiria bem só por estar ao seu lado, mesmo que em pensamento. Eu sei que sente o mesmo. Cê ainda não sabe, mas vai descobrir.

p.s.: mesmo horário de sempre?

Te amo

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

E já não sei o que é... Dói um pouquinho e quando eu me lembro da pessoa, vem um gosto familiar na boca. Gosto de vida, um pouco de nostalgia. E eu só fico a sentir saudades. Não há nada a ser feito, por mais que eu fuja, que eu corra disso, eu não posso evitá-la. Ah! Saudades...

Sono

Meus olhos pesam... Olhos? Semi-abertos permanecem até o fim. Permanecerão. Permanecerão, será? Não me esforço pra abrir tampouco pra fechar. Pesam bastante até... E permanecem semi-abertos.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Novela

Somos o amor sem romance
Somos o romance que não sabemos que temos
Você me tem e vice-versa
Uma pena que no meio disso
Meio que nos perdemos
Nem ao menos sabemos
Embora às vezes ache que tu me tens demais
E eu lhe tenho de menos
E nesse ter ou não ter, prefiro fingir esquecer
Quem sabe um dia ‘cê não vem atrás
Do que nunca deixou de te pertencer

domingo, 15 de janeiro de 2012

Pseudo-qualquer-coisa

Deixei doer
De repente, fiz a dor desaparecer
Devagar, divaguei
Devagar, descansei
Desapareci de vez
Sim, sinto saudade sua
Cê saiu sem serequetim
Sá sum sá sum
Surugudum